sábado, 20 de novembro de 2010

galgar

Quando tudo parece calmo, como um mar com apenas uma onda onde você consegue observar os peixes nadando e olhar as conchas através da água, surgem outras ondas que fazem os peixes fugir e a água ficar turva. São nesses momentos que devemos nos preparar para ir ao fundo. Andar a favor da corrente do oceano, indo em direção ao perigo que parece ser enorme.

Enquanto passamos pelas ondas e a correnteza nos arrasta cada vez mais para o fundo, sentimos que cada passo pode ser uma incerteza diante desse grande azul. Nessas horas, desejamos ter uma mão nos puxando contra isso. Começamos a nos ver com a água em nosso peito, sentimos uma pressão para respirar fundo, desejamos não ter começado essa caminhada.

No entanto, sabemos que, a cada passo que damos, o nosso medo aumenta e diminui conforme o movimento do oceano. Subindo e descendo. É o início de uma cadeia de pensamentos que nos tormenta. Sabemos que, se dermos um passo adiante poderemos correr um risco mas se dermos um passo para trás estaremos seguros. É um dilema. Nesse exato momento, nossa mente, entra em um estado de catatonia.

Agimos conforme o primeiro pensamento surge. Se temos janelas criadas em nossa mente saberemos se é melhor para nós, ir ou voltar. Podemos ter a sensação de fracasso se desistirmos, baixando a cabeça para esse grande azul. Podemos ter a sensação de sucesso e euforia se conseguirmos ir adiante desse oceano. Em segundos decidiremos qual vai ser nossa emoção após essa turbulência.

O necessário para crescermos é seguir adiante. Por isso, escolho seguir caminhando à favor da correnteza. Mesmo com todas situações que pensei. Mesmo com todo medo de se afogar e tudo ir abaixo. Podemos cair mas devemos saber nos levantar. Assim como devemos saber que nossa mente é que aumenta nossos medos. É natural. Podemos nos assustar. Mas é incrível como conseguimos andar, apesar de tudo.

Quando chegamos a flutuar, vemos que, apesar de toda correnteza nos arrastando nós estamos dançando conforme as ondas. É extremamente bom saber que, ao enfrentarmos isto, pensamos em desistir mas fomos em frente. Acima de nós vemos um céu azul, abaixo de nós vemos um oceano azulado. A paz toma conta de todo nosso coração. Sentimos que somos crianças no colo de nossa mãe por instantes.

Uma estrela tão grande brilha acima de nós. Trazendo com ela uma bela sensação de harmonia com tudo ao nosso redor. Sabemos que ela vai estar lá. Aconteça o que acontecer. Essa segurança que temos em relação a isto, que apesar das nuvens a encobrirem ela vai aparecer, deveria derrubar toda insegurança que temos ao enfrentar nossos maiores temores.

É verdade que dias cinzentos me acalmam... É verdade que dias azuis podem acalmar você... Contudo, todos sabemos que, independente da estação e da situação que encontra-se acima de nós, algo nos traz paz. Portanto, devemos imaginar que, mesmo nas situações que sentimos desespero, isso é momentâneo até a nuvem chegar ou sumir.

Cada pessoa encara de um jeito seus medos. Eu escolhi por tanto tempo me esconder dele que agora, cada recaída que enfrento, fico com raiva e fecho os olhos para o que tem de acontecer. Enfrento meus medos sabendo que, há janelas em minha mente que trazem raios de sol aos meus pensamentos quando estou encolhido diante de tal situação.

Cada um tem seu tom. Tem sua alegria. Tem o seu amor. Tem a sua paixão. O seu azul. O seu cinza. O mar... Porém mesmo com tudo contra nós, devemos pensar que, cada inverno que acaba há uma primavera adiante.

O que fazemos com nossos medos é o que fazemos com tantas coisas ao nosso redor. É um assunto tão delicado que, pelo menos eu, tenho medo de sentir medo. É difícil entender como isso funciona. Mas podemos entender que nas piores horas existe sempre algo que vá nos ajudar.

Um saaaaaaalve ... abraços!

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