segunda-feira, 30 de maio de 2011

desaparecer

então a água cai...
o colarinho é puxado,
o impulso dá lugar a consciência,
é nisso que devemos nos concentrar...

somos somente nós,
além de nós mesmos,
trazendo um mundo de sofrimento
sem nenhuma causa.

essa guera começou,
mas é fraca demais para se mover,
ela precisa de nossos impulsos
para nos deixar loucos.

então pobre tolo,
expô-lo como falso é uma alternativa
porém quanto mais tensionado você ficar,
tentando evitar a dor,
mais ela vai te consumir.

você nunca vai aprender uma coisa
fácil demais.
pela dor ou pelo amor.
incrível é que sempre escolhemos o primeiro...

nos tornamos escravos de nossas emoções,
das pessoas com as quais nunca desejamos em nossas vidas,
tão perdidos ficamos...
o que fazer no pior momento de sua vida?

quando a escuridão lhe acerta,
e o sol vai embora,
levantar a cabeça e ir de encontro...
a tudo o que nós sempre evitamos?

retornar do fundo do poço
não é um novo começo,
estamos molhados,
porque já tivemos uma experiencia...

apesar das oportunidades,
das alegrias,
do que nós temos,
a soberba nos leva mundo abaixo.

nossas mentes cheias de buracos...
nossas cabeças martelando sobre coisas fúteis...
aonde nós fomos parar?
onde nós estamos?

nos perdemos no caminho...

il y a encore des noisetiers

domingo, 29 de maio de 2011

pífio

casa cheia de rosas
uma carta nas escadas
uma fita cheia de mensagens
para quem se preocupar

junção de palavras quebradas
e histórias cheias de lágrimas
lembrando a sua vida
porque eu gostaria que você estivesse aqui

nada é mais difícil
do que acordar sozinho
perceber que não está tudo bem
é o fim de tudo o que conhece

o tempo continua passando
mas parece que ainda estou congelado
as cicatrizes são deixadas para trás
mas algumas são profundas demais

e alguns dizem que isso não pode ser real
e eu perdi o meu poder de sentir
hoje a noite eu sou
apenas vítima de um crime

quando tudo se for e não puder ser recuperado
parece que não conseguiremos abrigar a dor

alguns dias você vai me encontrar
no lugar que eu gosto de caminhar
faço perguntas para mim mesmo
sobre as coisas que eu nunca saberei

o que restou para encontrar
por que eu preciso de um pouco mais
eu preciso de um tempo
podemos igualar as coisas?

e nada dura para sempre
para todos os dias bons, é verdade
eu preferia trocar tudo
para nos salvarmos de alguma forma

e deve ter sido as estações
que nos tirou do caminho
um dia eu estava tão imponente
agora estou à procura de um sinal

então, não preciso da sua salvação
com promessas e bondade
e toda aquela especulação
guarde-a para uma outra vez

porque nós precisamos de um motivo
um motivo apenas para ficar
alguns simplesmente não ligam
de ficar por aqui mais um dia

Viver com esse crime

Estou sentindo falta de você...

il y a encore des noisetiers

quarta-feira, 25 de maio de 2011

fenda

nós estamos afundando até as pedras no fundo do oceano
estamos bebendo o nosso caminho para o inferno
e não há nada que possamos fazer para nos salvar

então eu vou sentar
e nós vamos fingir que está tudo bem
enquanto eu estou afundando mais e mais
caindo no fundo do mar

pare de pensar e comece a fazer sentindo

você está pensando no que aconteceu para mim
você está trabalhando para se salvar de uma confusão
não há nada que você possa fazer para não desabar

comece a pensar e faça fazer sentido

eu costumava significar algo para você
mas agora estou cansado e sozinho
eu costumava te encantar
mas agora estou trancado pelo outro lado da porta...

il y a encore des noisetiers

terça-feira, 24 de maio de 2011

perdoar

me disseram que era assim a vida em paz
se esqueceram de mostrar pela televisão
avisem quem não se limitam ao tanto faz
aquele que não acredita no que lê

e quem me dera ver a vida com seus olhos
acreditar mais uma vez no que vou ler
a vida assim seria escrita em linhas tortas
não haveria mais no que se arrepender

e se um dia ele bater na sua porta
e te pedir alguma coisa que você não queira dar
e você pensa "quem se importa?"
e disse "vagabundo tem que trabalhar"

mais um dia que você enriqueceu
mais um mendigo que na rua adormeceu
não tem que ser assim
mais uma história com final infeliz

me perguntaram "meu amigo o que é a paz?"
nesse mundo quem consegue entender
eu ousaria responder mas não sei mais
agora sou quem acredita no que vê

quem me dera ver as coisas de outra forma
acreditar mais uma vez no que vou ler
eu sei que o estranho é que isso me consola
acreditar no que eu vejo na televisão

e se um dia ele bater na sua porta
e te pedir alguma coisa pois não pode trabalhar
você com medo vira as costas
e no aconchego do seu lar reúne os filhos para contar

mais um milagre
mais uma história
mais o temor que está plantado em sua memória
mais preconceito está gerando mais discórdia

il y a encore des noisetiers

domingo, 22 de maio de 2011

qualquer

uma questão bem apropriada
o silêncio é como uma febre?
uma voz nunca ouvida?
ou uma mensagem sem volta?

orações eles não solicitarão
por trás do espelho
há sempre mais uma máscara

o homem tem sido uma vítima
de sua mulher, de seu pai?
se ele optar por não preocupar-se
ele sufocará a fé deles?

desesperado para cair
atrás da grande muralha
que separa a todos nós

quando há razão
esta noite eu estou acordado
quando não há resposta
chega o silêncio

se há equilíbrio
esta noite ele está desperto
se eles tem que sofrer
lá se encontra o silêncio

pecado sem impostores
um Deus sem fiéis
eu poderia velejar
a favor dos ventos do silêncio
e talvez eles nem notarão
mas agora eu acho
que seria melhor se eu sumisse...

il y a encore des noisetiers

sábado, 21 de maio de 2011

seguir

é assim a vida, é movimento
cercados em certezas
um dia tudo para
sóbrios, ricos e frios
novas regras e subversão
formatando a verdade e então
aí está você

a bela mentira que te satisfaz
respostas sempre tão corretas
isso faz vender
se enganar é bem mais fácil

o ódio é uma caixa
e o amor também
simples de usar
difíceis de aprender

todos sabem tudo
menos se calar
todos querem ensinar
precisam de atenção

se permitir viver
tudo de novo
se não estava bem
destruir tudo que já fez

já me basta, este é meu limite
não quero ser tão cínico quanto você
que tudo vai morrer, eu sei
mas prefiro estar aqui
e tentar!

il y a encore des noisetiers

sexta-feira, 20 de maio de 2011

atravessar

dos maiores mares a navegar
o mais tranquilo seria o calmo
pois não precisar se importar
é muito bom

em contra partida quando não pensamos em algo
abrimos nossa cabeça para pensar em outras coisas
já diria um bom marinheiro:
"nos mares limpos a pior das profecias acontece na tripulação"

quando temos tempo para pensar nas coisas
podem sair tanto coisas boas quanto ruins
cabe a nós decidir o que é bom e ruim na nossa opinião
o importante é que nós vamos traçar o nosso destino

essa liberdade que temos é apenas pouco de tudo
o preço que você vai pagar hoje
pode ser enorme daqui uns anos
é uma questão incerta

por essa e tantas outras
é tão bom saber que viver é um tiro no escuro
podemos não saber o que vai acontecer amanhã
mas sabemos que vamos ter como escolher nosso destino

nas águas mais turbulentas
todos pensam no mais óbvio
o sentido de almejar um futuro
nos faz esquecer de tudo

você pode ter tudo o que quer
mas viver com uma fantasma atrás de ti falando
que a vida é incerta e que a insegurança te domina
é tão terrível quanto não ter nada

e já disseram um dia: às vezes uma apunhalada em
suas costas atravessando seu coração é aquilo que justamente você precisa
e, as coisas que nós mais temos vergonha
são aquelas que fazem o que nós somos

escutem mais um como eu
e como todos os outros
o que importa no final
é que saberemos o que é bom e ruim

na nossa opinião...

il y a encore des noisetiers

segunda-feira, 16 de maio de 2011

prelúdio

certos sentimentos que
nascem e morrem no mesmo dia
como se fosse um sonho
e um pesadelo...

sejam bem vindos aqueles que não aparecem
e tornam nossa vida melodramáticas
exagero, talvez, colocar assim
mas seria a raiva gritando por dentro...

é natural nós sentirmos medo
quando começamos algo novo
quando estamos perdidos
quando sentimos algo estranho...

o medo que nos agarramos
vontade de correr para braços seguros
ou deitar na cama da nossa casa
e apenas parar no tempo...

pensar no por que de ir para casa é estranho
quase sempre na metade do caminho andado
seja para recomeçar ou terminar voltamos ao início
mas é bom levar um pouco de nossa casa...

a vida é bela, bela mas com algumas catástrofes
não chega a tirar a bela visão que temos dela
mas a transforma naquilo que imaginamos que nunca
iríamos presenciar na nossa frente...

e assim os dias vão
não pensamos muito no que acontece no dia-a-dia
mas refletimos sobre eles mais tarde
cada inicio é um adeus a um final...

il y a encore des noisetiers

quinta-feira, 12 de maio de 2011

transar

pode ser, que uma estrela do anoitecer
brilhe sobre você
pode ser, que quando a escuridão cair
o seu coração será verdadeiro
você caminha uma estrada solitária
como você está longe de casa

a escuridão chegou
acredite, e encontrará seu caminho
a escuridão caiu
uma promessa vive dentro de você, você sabe

pode ser, que quando as sombras chamarem,
você voará para longe
pode ser, que sua jornada
seja para iluminar o dia
quando a noite está vencendo

uma promessa vive dentro de você agora

il y a encore des noisetiers

terça-feira, 10 de maio de 2011

iluminar

Eu ouço as ondas quebrando ao longe,
As rochas saltando para o céu,
Estão com fome de ar,
De um osso para quebrar, um sonho para detonar,
Mas eu não me importo...

Parece fundo o suficiente daqui, vou mergulhar
Esse penhasco foi bem desgastado pela ignorância
Todos flutuam com a cara para baixo, parecem tão satisfeitos

Não sei nem por que estou aqui
Acho que estou com medo de ficar sozinho
E lá no fundo eu vejo meus amigos, eles parecem bem
Não pode ser sangue aquilo, a água aqui
é tão azul

E a gravidade
Parece tão distante
Mas posso ouvi-la chamar o meu nome
Me conforta saber que nunca terei que pensar novamente

Parece fundo o suficiente daqui...

il y a encore des noisetiers

sábado, 7 de maio de 2011

mártir

Definitivamente não estou nos meus melhores dias. Coisas idiotas estão me abalando. Esse outono que mais parece um inverno. Calor que não aquece mais, frio que não congela mais. Não consigo mais entender nada do que acontece.

Eu tento compreender o que acontece, tento me esforçar para ficar próximo das pessoas que eu gosto, ou que eu gostaria de ser amigo, mas simplesmente não tem mais a química que antigamente tinha.

Os dias estão cada vez mais acinzentados. Ao meu olhar, perdem sua cor, ficam mórbidos. Eu deveria mudar e acompanhar isso? Minha resposta é: não. Pretendo continuar com a minha personalidade, do jeito que sempre fui, mantendo meus princípios e apenas melhorando em erros que eu cometo e atingem outras pessoas.

Mas nesse mundo cheio de coisas estranhas e pessoas confusas o que me resta é conhecer alguém como eu. Sem idéia do que está acontecendo. Apenas acompanha a onda. Sente o vento nas costas, não se importa. Leva a vida do jeito que a quer.

O primeiro sopro do dia está começando com uma leve emoção. Memórias não abalam tanto quanto abalaram um dia. Mãos que vão, ou não, se entrelaçar revelam um destino estranhamente curioso. Aguardo pelos momentos que ficaremos sozinhos e o olhar revelará o que nós pensamos e as palavras hão de fluir.

O último brilho de esperança que choca-se com a parede é o mais intenso de todos. Por falta de espelhos para acompanhar o movimento, a estrela apenas parte em direção ao nada. Tão inexplicável e tão exorbitante. Fato que atravessa nosso peito como uma flecha.

Rezo por dias melhores, por dias frios, por dias cinzentos que possam me transformar e deixar a alegria adentrar ao meu coração...

il y a encore des noisetiers