segunda-feira, 27 de setembro de 2010

cenas

Sentir algo demasiado estranho
Ter o prazer de sucumbir a alma
Sonhar o que será o último
Não ter chance de dizer como foi bom

No álveo penso
Na audácia que tive
Em buscar amparo
Após tanto tempo

Buscar aquilo que não se enxerga
Através de um conflito interno
Quebrando o espelho e descobrindo meu fundo

Sinto o gosto de algo
Que me encanta e me traz sonhos
Tão desejáveis com os quais nunca tive.

Um saaalve, abraços...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

cego

Me escute falando.
Perguntando por quê eu me dou o trabalho.
Diga-me, como você
Vive dia após dia.

Aproveite o seu tempo e olhe em volta.
É essa a utopia que você encontrou?

Cansado de tudo isso.
Todo o sofrimento e nós apenas continuamos.
Não é hora de nós nos importarmos e perdermos o ódio?
Entendermos nossos medos.

Mas nós fazemos tudo que podemos.
Justificamos os meios para um fim.
Perdão, você tem de me desculpar
Eu pintei minha própria Mona Lisa
Ela consertou tudo
Agora estou estragado além dos meus sonhos mais loucos.

Fé cega temos em você
Invisível
Que direção escolhemos?
Previsível

Tome as ruas, o caminho batido.
Nosso sistema funciona para quem eu pergunto.
É, eu tenho tudo,
A casa grande,
Uma cerca de ferro para mantê-lo fora.

Quandoi foi que nós lhe desapontamos?
Então venha Messias, mostre-nos como
Nosso espírito humano se afoga.
Não pense que você me escuta agora.
Nenhum sinal de você em volta.
O que é que você espera ver?

Nos dê algo que possamos usar.
Desejável.
Pois você fez tudo o que pode.
Lamentável.

E ainda assim a vida continua.
Com ou sem você.
Nós temos de continuar.
Nossa vontade nos guiará
A um lugar ao qual pertençamos.
Saiba que lá jaz a verdade.
Eu sou o cara que dá propósito a você

Não acho que que nós lhe desapontamos.
Então venha Messias, mostre-nos como.
Jogue-nos uma linha da vida pura.
Espero que você me ouça.
Temido demais para estar por perto.
Há mais em nós do que vemos agora.

Auto-ignorância, abuso.
Desejável.
Pois você fez tudo o que pode.
Incrível.

Um saaaaaaaalve... abraços

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

procela

Pago uma divida
Mal justificada
De onde ela veio eu não sei
Mas para minha desgraça ela me pegou desprevenido

Vejo que 'carma' seria uma palavra inusitada
Porém tudo que se faz um dia se paga

Dizer que não vou cometer os mesmos erros
Seria a maior mentira que eu poderia inventar
Somos feitos a partir de erros
Erros e mais erros justificam nosso aprendizado

Tratar de expressar seus sentimentos
É a maior dose de felicidade
Mas para isso paga-se um preço alto
Tão alto como sua dignidade
(Se é que existe uma)

Fugir nunca é a resposta
Guardar-se e encontrar forças, também não
Encarar de frente e cair, também não é
Pensar e depois agir, talvez seja

Quem sou eu para falar algo?
Não vivi tanto assim para ensinar algo
Sofri o que poucos sofreram
Já cai na frente do meu adversário
E ele pensou que eu desisti

Assim como a lenda
Renascer das cinzas
Chamar o mundo
Retornar as raízes
Diferente...
Dessa vez clamando meu nome

Não ligo para o que pensam de mim
Não tenho a minima idéia do que é ter o mundo aos meus pés
Não sei escrever e não sei adivinhar pensamentos

Sei que sou mais um no meio de tantos
Com histórias para contar
De uma agonia que já foi demasiada
E agora que se esvai

Sonho abraçar minha filha
Não soltar ela e minha futura esposa
Proteger elas do que eu já eu passei
Sei que não é possível

Mas hei de mover montanhas
Para dar tudo
A quem eu amar!

Um saaaaaaalve, abraços

lágrima

Por que eu não consigo chorar?
Queria aliviar minha dor...

Assisto a filmes
Nos quais o final chega
E meus olhos enchem de lágrimas

Por que eu não as derramo?

Queria dizer que não sofro
Que não tenho vontade de chorar
Por todos os erros que eu já cometi

Mas a verdade é que cada um dos meus erros
Me assombra a cada noite passada
Me deixando com frio

Me sinto como uma pedra no oceano
Querendo ir ao encontro do sol
Mas não consigo sair de onde se encontra...

Todos os anos que se passaram
Todas as memórias que eu tenho
Elas nunca vão embora
E eu hei de não deixar elas ir

Por mais que eu sofra
É o que eu penso ser o ideal de cada pessoa
Sofrer... Mas não esquecer
Não tirar o passado de sua história

Quem vai tirar essa dor de mim?
Vou ter de ser eu mesmo?
Preciso deixar a paz entrar
Deixar a chuva cair
Não há mais nada para eu segurar...

Um saaaaaaalve... abraços, tristes abraços

sábado, 11 de setembro de 2010

ego

Caminho em uma fleuma
Observando as pessoas
Darem uma pista
Do que elas realmente são.

Cada mente guarda milhares de histórias
Cada um deles e delas tem algo para contar
Cada um deles julga ser melhor que o outro
Orgulho visto nos olhos de cada um deles

Quem pode desejar mal a alguém se não o conhece?
Absurdamente errado em julgar.
Absolutamente certo em tratar igual
Todos aqueles que vivem...

'Dê-me um dinheiro' eu dei ...
'Dê-me um casaco, está frio' eu dei ...
'Que você seja feliz' é o que eu ganhei ...
Nada melhor do que poder ter a sensação de ter feito o bem...

Aprendemos desde cedo a não falar com estranhos
Mas acabamos presos a um mundo diferente da realidade
Onde convivemos com aqueles que estão ao lado
Enquanto aqueles que estão abaixo trazem mais conforto

É bom você ser visto como inferior
O sentimento é bom
Você sabe que eles não te conhecem
E quando conhecerem, saberão o que é você

Muda-se tudo,
Pensamentos entram em conflito,
Conversas cheias de perguntas,
Saber escutar...

Humildade é o que desejo entre minhas paredes
Vale todo preço que posso pagar.
Todo orgulho que poderia desfrutar
Jogo fora...
Faz ser quem eu sou.

Um saaaaaaaaalve... abraços!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

concha

Ele não parecia diferente do resto
Só um saudável garoto normal
Sua mãe sempre fez seu melhor
E ele era o orgulho e a diversão do papai

Ele aprendeu a andar e falar no tempo
Mas nunca se importou muito em ser segurado
E calmamente ele iria decair
Para dentro de sua concha solitária

Como um garoto ele era considerado um tanto curioso
Contido em si mesmo na maior parte do tempo
Ele iria sonhar acordado dentro e fora do seu próprio mundo
Mas em qualquer outra coisa ele era legal

Ele é um lunático da manhã de segunda-feira
Perturbado de tempos em tempos
Perdido dentro de si mesmo
Na sua concha solitária

Um catatônico temporário
Alienado na ocasião
Quando ele irá se libertar

Ele esforçou-se para atravessar seus dias
Ele estava sem auxílio
Ele despejou-se na página
Escrevendo por horas a fio

Como homem ele era um perigo para si mesmo
Assustado e triste na maior parte do tempo
Ele estava vegetando dentro e fora da sanidade
Mas em qualquer outra coisa ele era legal

Um saaaaaaaalve ... abraços

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

inefável

Como tudo começou é o que eu menos penso
Lembro dos bons momentos de antes
A partir de agora vou ter que viver novos momentos
Deixar o meu passado escuro para trás...

Eu costumava fazer de tudo para sempre estarmos juntos
Meus amigos, eu os via todo dia...
Um ataque de desespero me tirou toda tranquilidade
Mudou minha vida para sempre

Começou devagar
Me assustando aos poucos
Me torturando
Eu não sabia o que estava acontecendo

Tomei remédios
Consultei diversos médicos
Nada me acalmava
A paz era o que eu procurava

Então eu vi uma luz
Agarrei-a e não foi desta vez
Não sou acostumado a defender meu orgulho
Meu ideal soprou mais alto...

A cada inverno uma nova primavera acontece
Duas maravilhosas pessoas me tiraram do breu
Dos meus medos mais profundos
De onde só o carinho da minha mãe me acalmava

Agora eu estou aqui
Olhando para trás e observando com detalhes o que aconteceu comigo

Eu sei que não fui perfeito
Eu sei que errei
Eu sei que não tive coragem

Me acovardei quando eu mais precisei de mim
Não tirei forças do meu coração rasgado
Era como um cavaleiro sem seu cavalo e sua espada
Enfim, soprou mais um vento dos céus

Tive a oportunidade de conhecer novas pessoas
Contar minha história
Escutar novos traços de vidas alheias
E assim, pouco a pouco, fui levantando...

Foi como um pesadelo
Onde eu estava em uma caverna sem ninguém
Agora a batalha está quase vencida
Preciso mais do que nunca do meu coração

Coragem é o que está me levando adiante
Enfrentando meus medos
Não me escondendo mais
Fazendo escolhas e não voltando atrás
Encarando cada dia como um passo a mais

Não quero mais guardar o que eu sinto
O que eu penso
O que eu reflito
Quero buscar minha paz
Quero tirar a insegurança da minha vida

Procurei resposta e não encontrei nada
Procurei amigos e não obtive êxito
Procurei minha familia e minha mãe me abraçou
Procurei meu psiquiatra e ele me apoiou e me entendeu
Procurei minha psicologa e ela sempre me escutou

Ainda procuro o sentido para a minha vida
Mas não me deixo levar pelo medo
Cada recaída a partir de agora
Encaro como um desafio...

Sentir como se a morte estivesse a seu encontro
Não tem explicação
Impossível transmitir esse sentimento
É inexplicável a dor sentida

Vejo que daqui para frente
Devo traçar linhas novas
Que não serão mais apoiadas sobre outras

Dependo de mim mesmo
Só da minha pessoa
Devo ir ao espelho e ver meu coração crescendo...

Tenho de soprar o vento a minha maneira
Tenho que agradecer a cada espirito que me guiou
A cada um que deu sua mente para eu falar

Sei que é difícil me compreender neste momento
Onde o pânico e eu somos um só
E com eu vencendo isto
Ninguém jamais compreenderá contra o que eu batalhei...

Os dias passados foram embora
Uma primavera de alegria me aguarda
Tenho de me sentir seguro

Por favor,
Minha alma ficou fraca mas está sendo restaurada
Queimei meu coração e estou fazendo dele o melhor
Mudei ... Mudei para não sumir

Pertenço a este lugar
Para encontrar tudo que eu devo
E não vou mais olhar para baixo

Dessa vez é por minha conta ...

Escrita por mim (5)

*O baterista da minha banda preferida deixou-a
Mike Portnoy é um herói e um exemplo para mim
Que toda alegria do mundo siga com ele

Um saaaaaaaaaaalve... abraaaaaços

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

procurar

Errado mas pensando certo
Cadê meu dia?
Cadê meu orgulho?
A verdade, cadê?

Que tipo de pessoa
Conhece seu destino?
Eu costumava imaginar
Campos verdes ao som do mar...

Minto para meus próprios pensamentos.
Sigo acreditando que meu passado é real.

Você enxerga onde estamos?
Como eu estou aqui?
Por que você está ali?
Sei que você foi embora e não voltará...

Eu não entendo como isso acontece.
As palavras somem,
E eu enterro você em mim.

Ajuste perfeito,
Que deve ser feito.

Errado e estranho,
continuo caminhando.

Desapareça de mim...

Feita por mim (again)

Um saaaaaaaalve ...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

memória

Olhando para frente
Imagino um mundo vago.
Não consigo esquecer
Porém não quero esquecer.

Para ti, eu fui ...
Para mim, eu não saio do mesmo lugar.
Que dor é essa?
Será da solidão ou de seus vestigios?

Tento mostrar que estou bem
Que não sinto saudade,
Mas estou preso a ti
No pior lugar que deveria estar...

Enquanto corro em circulos,
Você caminha adiante...
Histórias diferentes
Que já foram uma só.

Uma perfeita união
Era o que eu imaginava.
Sem você, me resta encarar,
Cada página e linha a escrever...

O tempo não volta mais, mas marcou
Eternamente sentirei sua falta...
Você foi...
Quero te encontrar e te dizer,
O quanto eu fui feliz com você.

Esperança acabada,
Caindo em pedaços.
Sentimento sufocante,
Triste destino.

Através dessa dor
Me resta saber quando ela irá acabar.
Não me fale que isso irá passar...
Isto é uma marca do meu lindo passado.

Estou levantando,
Passo após passo...
Cada dia é um novo passo,
Mas mentirei,
Se eu disser que um dia vou te esquecer.

Nosso destino foi traçado em caminhos diferentes...
Espero poder dormir em paz.
Cada memória sua envolve minha alma.
O mesmo filme gira em minha mente.

Mudar é preciso,
Mudar sempre é necessário...
Quero fazer dessas cinzas um fogo...

Feita por mim (3)

Um saaaaaaalve, abraços...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

volta

Pensar nos meus momentos,
Me faz refletir...
Nesse mundo que vivo
E que ninguém faz parte.

Desejo que alguém
Agarre minha mão
E me ajude a sair...

Esperei e não sei onde cheguei.
Abri meus olhos e me salvei sozinho.
Tristeza não compartilhada,
Dor não compreendida.

O inverno se aproxima,
Com ele minha paz.
O frio me envolve,
A solidão foge
E minha mente acalma...

Não entendo como faço
Para entrar e sair,
Desse círculo que ocorre em minha vida.

Em minha casa,
Reflito sobre o dia...
Mais uma vitória alcançada!
Meu coração fica orgulhoso,
Mas a solidão nele ainda urge!

Feita por mim (again)...

Ummm saaaaaaaalve, abraços...

sábado, 4 de setembro de 2010

ansiedade

Sentir minha consciência pesando,
Cada vez que encaro um novo dia.
Lamento sentir o passado,
Me ajoelho diante do medo.

Esperar a noite chegar
Para me tranquilizar.
Esvaindo todo pânico que criei
sem nenhum sentido coerente.

Saio de um lugar mas,
sinto que deixei minha mente para trás.
Me perco nos meus próprios medos.
As palavras que me deixam perdido,
'E se...' é o que se sobressai em minha mente.

Tranquilidade perdida
Agonia demasiada
Desespero conflitante
Ilusão sem fim.

Ao clarear da mente,
Tudo se acalma.
Minutos que duraram horas,
Agora não passam de vestígios.

Até onde vejo,
Sinto que isto irá passar...
Não sei o tempo que levará,
Mas acredito que a luz,
Vai me alcançar.

Feita por mim.
Um saaaaaaaalve, abraços...