quinta-feira, 29 de abril de 2010

veraz

Passa todo seu tempo esperando,
Por aquela segunda chance,
Por uma oportunidade que deixaria tudo bem.
Sempre há um motivo,
Para não se sentir bem o suficiente.
E é difícil no fim do dia,
Eu preciso de alguma distração.
Oh, belo descanso...
A lembrança vaza das minhas veias...
Deixe-me ficar vazio
E sem peso e talvez,
Eu encontrarei alguma paz esta noite.

Nos braços de um anjo,
Voarei para longe daqui,
Deste escuro e frio quarto de hotel
E da imensidão que você teme.
Você é arrancado das ruínas
De seu devaneio silencioso.
Você está nos braços de um anjo,
Que você encontre algum conforto lá...

Tão cansado de andar na linha,
E para todo lugar que você se vira.
Existem abutres e ladrões nas suas costas,
E a tempestade continua se retorcendo.
Você continua construindo a mentira
Que você inventa por causa de tudo que você não tem.
Não faz nenhuma diferença
Escapar uma última vez.
É mais fácil acreditar nesta doce loucura,
Esta gloriosa tristeza que me deixa de joelhos...

Boa música para escutar a noite... e para o último post do mês!
um saaaaaaalve...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

insípido

Há três coisas que as pessoas inevitavelmente dizem quando encontram uma pessoa que tem uma doença ou perdeu alguém da familia. Três coisas que você daria tudo para que não dissessem, chavôes vazios fadados a revirar suas entranhas e fazer o sangue lhe subir à cabeça. E, apesar de já estar preparado para isso, quando ouve uma dessas frases, você se pega lutando para acalmar o impulso incontrolável de rosnar palavrões e atirar objetos pesados e quebráveis, esganar e socar os bem-intencionados com aquela típica expressão de preocupação e solidariedade, sentir os ossos deles se partirem sob os seus punhos, ver o sangue rubro e quente esguichar como um gêiser de suas narinas.

'Sinto muito.' Essa é uma frase universal mas o problema é que o primeiro reflexo que temos quando ouvimos alguém a dizer é responder 'tudo bem'. Somos programados com isso desde nossa primeira série, desde a primeira vez que alguém derruba os nossos blocos de montar. Então, você se vê obrigado, impelido por um vício sociolinguístico a afirmar que tudo está bem. E não é só isso, pois agora os papéis foram invertidos e você passa a consolar em vez de ser consolado, o que é bom, pois você já está cansado de pessoas que tentam inultimente consolá-lo.

'Como vai indo?' Mais uma vez o impulso é traiçoeiro. Porque sua boca quer dizer 'bem', e a pessoa espera que você diga 'bem', reza para que você diga 'bem', talvez com uma expressão tristonha, cansada, mas, apesar dos pesares, 'bem'. A pessoa expressou sua preocupação de praxe, e 'bem' é o recibo que ela espera obter para incluir na declaração de renda. Mas você não está bem, está uma merda, frequentemente se embebedando de pensamentos tristes.

'Será que posso ajudar?' Já que perguntou, pode, sim. Você pode voltar no tempo e impedir essas coisas ruins que me aconteceram. Isso seria a maior ajuda. Fora isso, o que será que você imaginou ser capaz de me oferecer que possa resolver meu problema?

Sei que a intenção das pessoas é boa, mas isso não facilita em nada a tarefa de ouvi-la. Se quer demonstrar sua amizade e apoio, faça o seguinte: não fale desse assunto. Não estou afim de ouvir a história do acidente do carro do seu pai, do infarto da sua mãe, da morte lenta por leucemia da sua irmã. Minha dor super todas as outras (porque é minha e eu não sofri as outras), e não quero me revolver na lama do seu sofrimento, assim como não quero que você se revolva na lama do meu.

O que quero dizer com isso é que, porra, é minha doença, é minha dor, é minha essa situação. Não venha tentando falar comigo pensando que uma conversa vai resolver tudo, ou tentar me deixar com raiva que vai resolver. Não adianta. Minha mente sabe o que quer e no meu caso, se quer ajudar, se auto-convide para vir me ver, assim poderemos até passear e conversar sobre outras coisas.

Me deixa puto as pessoas se intrometerem e falarem asneiras, desde esses chavões a até te xingar. Mas que porra não? Estou falando isso para as pessoas que lêem meu blog e tentam me consolar ou tentam me xingar. Porra. Vocês não conseguem me afetar em nada. Só que cansa e estressa. Se eu tenho um blog é justamente para eu me expressar e não vocês, é meu espaço e é minha essa porra. E, quando eu digo, porra, significa qualquer palavrão.

Então, desabafo não? muito bom!

um saaaaaaaaalve, agradeço pelo TEMPO PERDIDO... =)

domingo, 18 de abril de 2010

eleger

Você queria saber
Se isso valia a pena da dor que isso nos causou
Ambas nossas vidas - subtraia uma vida
Para saber por que foi assim você merecia isso

Tão simples como eu posso
Eu irei te dizer a diferença
Entre um lápis e uma caneta
E como isso vai nos deixar agora
Enquanto seu corpo te deixa morrer
E eu estou sentado aqui ainda vivo

Na minha memória eu te escrevi em tinta
Eu nunca quis apagar sua história
Mesmo com a tragédia que ela trouxe

O fluido em seu pulmão
Que diz que você está perdendo, parando de respirar
O remédio que vem te curar
Irá te ajudar mas te tira da consciência para dormir

Algo bonito
Algo rasgado pelas minhas mãos

(Eu não consigo deixar aqui assim, saia de perto dela)
Este dia vai terminar com uma vida completa
(Isso não é tudo o que ela foi. Eu não quero ter que dizer adeus ainda)
Este dia vai acabar com uma vida completa
Meu amigo mais próximo aqui em minha frente ...

a maioria das pessoas que eu conheço gosta muito dessa banda..

um saaalve, agradeço pelo tempo perdido.

sábado, 17 de abril de 2010

ente pt.2

Ron tinha uma certa mania de sempre manter suas coisas organizadas... a idéia de bagunça confunde sua mente e lhe deixa com um fio de desconforto perambulando pelas suas idéias. Pós esse stress Ron decidiu que seria bom para ele conversar com seus pais sobre o seu problema e evitar pressões, mas o que não sabia é que cada vez mais abria a porta para a escuridão.

Desde que essa insegurança o tomou, a escuridão o rodeou, a luz vai se esvaindo e ele não tens onde se agarrar, o desespero assumiu o controle. Faltas constantes de segurança e dificuldade para manter os olhos fixados a aquilo que o prende são como mesuras mal feitas a uma alteza.

Dor por prender-se e por segurar as pessoas ao seu redor no seu própria sofrimento assusta Ron. Todos querem ajudar, mas ele deve ajudar a si mesmo com sua consciência amadurecendo a idéia de que enfrentar o incerto é o mais correto. Nessas horas ele deve acreditar em si e apoiar-se naquilo que chamamos de coração.

Pelas veias de Ron corre um sangue que não és nobre. Talvez por isto esse desdém em sua vida. O pior são os acontecimentos que o rodeiam nesta etapa um tanto quanto dura em sua vida. A morte de sua avó o abateu completamente, o fazendo cair aos prantos em sua cama... Conversando com sua avó e pedindo o por que dela ter desistido de lutar pela sua vida.

A idéia da morte já assombrou Ron mas agora não o assusta. Saber que a morte traz consigo a fleuma que a vida não tens deve ser algo confortável demais para assustar. O problema de Ron é o sofrimento. É do sofrer que ele tens medo, e cá entre nós, não existe vida sem sofrimentos, então Ron se vê nesse paradoxo.

A chance de melhorar é cem por cento, o problema é que dessa vez é por ele que tens de lutar, e isto nunca foi assim. O mundo parece ser um lugar assustador, a noite parece deixar tudo mais belo, tranquilo. Ele não entende, ele não segue em frente, ele não consegue esquecer cada momento de desespero que passou...

Ele é pusilânime? Soez? ... Perguntas que ecoam no silêncio das mentes que lêem isto e o observam. Ron dificilmente liga para opinões alheias, dificilmente expressa sua opinião e quando o faz, não segura palavras, as joga contra tudo e todos.

Talvez essa seja a personalidade de Ron... Um tanto inquieto, inseguro, mentiroso, leal, amigo e triste. Ron quer falar de Michelle e expressar tudo que ela significou para ele, mas isto ficará para parte 3.

Desejos e mais desejos, diferenças e indiferenças, certezas e incertezas permeiam a mente de nosso querido Ron. Aprendendo a andar com as próprias pernas pela primeira vez na vida. Saber o quanto és duro ter de dar um passo de cada vez e recuar outro. Sofrendo e lutando contra o sofrimento.

Tudo isto para sentir o vento gelado em seu rosto, que o faz sentir vivo!

Continua...

Um saaaaaaalve, abraços e agradeço pelo tempo perdido.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

nuança

Estou caindo. Não tenho como me segurar. Estou perdido nessa miséria. Sinto uma paz vindo da minha sedação. Eu estou meio acordado, meio sonhando. É real? Estou me banhando em uma bela agonia.

Deve existir uma nova forma de ver as coisas. Se todos esses livros que eu ler não me levarem a nada, como vou viver? Ver, ter e ser ... Dilemas da vida. Aberto ao amor está o coração de toda pessoas mas nem todos mundos foram feitos para se colidirem, por isso temos o direito de nos esborrachar em relação a isso.

Todos os sinais que aparecem todos os dias não são por acaso. Cada dia a multidão anda de uma forma e nós estamos aprendendo a sonhar igual a eles e esquecemos de viver. Custa caro ser diferente, a dor vale a pena? Existe um começo para quem se prende no chão?

A dor não faz tão mal, não há prestígio que passe do chão. Ser diferente de você é ser o que sou. Quando notamos que estamos dançando conforme os passos das outras pessoas nos desanimos e prometemos que vamos mudar. Mas do que adianta mudar se nos restringimos a andar na direção que realmente queremos? Por que as vidas tem de ser iguais?

Caio cada vez mais. Essa vida que vai se esvaindo. Entre tudo e todos estou em uma prisão. Calado. Ostentar ser feliz. Desistir ou morrer tentando? Palavras vagas como insustentáveis vidas. A companhia revela seu paradoxo. Reflete o que tu és para a multidão.

Arrependimentos que batem a porta trazendo a verdade em nossos corações. Titubeamos em aceitá-la. Por que somos assim? Por que simplesmente não admitimos que somos imprestáveis uns aos outros? Por que criamos laços sem bordões com pessoas que não nos acrescentam nada? ...

Um pai a beira de sua morte olha para o filho e pergunta: 'Filho, você se lembra?' Lembrar do que pai? Se vivo uma mentira mostrando o que não sou. Perdido na emoção tento construir estradas para me encontrar. Na presença de uma alma triste, desiludida se encontra o mais alegre dos seres.

Talvez sejamos coerentes em formar grupos. Em ter nosso espaço e dividir com outras pessoas. O que não é coerente é não querer ser assim e afirmar para si mesmo ser. Hesitar julgar sem antes ser julgado. Ter para si o que és benevolente. Desfrute de todo amor que achar. Procure em todos corações e encontrará rosas murchas. Destino cruel...

Tantos brilhos durante a noite. Me sinto tão entorpecido em observar esses pontos no meio da escuridão. Não existe paz no meio dessa multidão. Todos falam que eu sou a causa dos meus problemas e o que me resta a fazer é fugir? Ou descobrir a razão entre o certo e o errado dentro da minha cabeça? Apenas fingir não é ser...

Suas verdades, sua vida, seus jogos, suas lamentações, sua postura. Tudo isso reflete uma imagem. Essa imagem é você? Não corra com uma tesoura em sua mão apontando para seu próprio coração.

Abandonar tudo. Jogar tudo para o alto. Escolher o certo em minha mente e seguir até o fim. Isto faz de mim alguém? Acredito que nem todos conseguem vestir suas roupas e senti-las como se fossem roupas, ou seja, nem todos conseguem fingir ser alguém que não és, e depois descobrir que não sentir o que era para ser sentido.

O segredo do seu silêncio, respeitado por seus amigos, não precisa ser explicado. A sua dor irá falar quando estiver pronta. Prepare seu caminho, coloque uma venda em seus olhos e sinta o seu caminho. Assim, não terás nada a se preocupar.

Não desista. Existe uma luz na escuridão para cada um que deseja encontrá-la...

Um saaaaaaaalve, abraços e agradeço pelo tempo perdido.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

melancolia

Se alguém me pedisse hoje para eu optar entre minha vida antes de eu ter desenvolvido transtorno do pânico ou depois ... eu tenho quase certeza que diria que prefiro a de hoje! Claro que não é um bom negócio você escolher o sofrimento ao invés de viver bem, mas nesse caso, o sofrimento trouxe com ele coisas que eu nem imaginava ver e sentir.

São vários fatos que me levam a dizer isso, entre eles: minhas amizades, meus amores, minha família, meus gostos ... tudo mudou! Algumas coisas para pior outras para melhor. Eu terminei um romance de 2 anos com uma mulher que posso dizer que é tudo que um cara quer (bonita, legal, querida...) mas que não estava me fazendo bem. Eu começei novas amizades e as antigas deram um up que só eu posso ver, apesar dos apesares. Algumas amizades se foram pelas mascáras caídas. Conheci mais minha própria família, a qual eu nem ligava muito.

Agora olhar para trás e ver tudo que eu fiz... meu ano de 2008 foi um dos melhores. Conheci tanta gente nova. Meus colegas de faculdade, alguns são como irmãos! Toquei em uma banda que não é bem o estilo que eu gosto, mas fiz amizades com ela muito boas! Fui feliz durante boa parte desse tempo.

Algumas pessoas vieram me pedir ontem se o post do 'Ron' era uma biografia minha, pois é, não é... que fique esclarecido, é muito parecido mas pode ou não ser, vão ter que ler ou não!

Mudando de assunto, já falei pra vocês o quanto eu gosto de escutar música? Cara, a vida seria outra sem tantas bandas para escutar... Meu gosto é um pouco estranho porque prefiro algumas coisas diferentes, mas eu escuto de tudo. Ainda mais nesse tempo, escutei de tudo! Pude notar diferenças gritantes entre bandas que se julgam do mesmo estilo, pessoas que mudam com o gosto musical, é um mundo muito estranho!

A música pode ser um caminho perdido para alguns e pode ser o caminho para abrir a alma para outros. Ainda digo que quem vive da música é feliz. Se tens uma banda com amigos e sai pela estrada a fora viajar e conhecer pessoas e lugares diferentes deve ser tão bom. Admiro essas bandas que estão na estrada a pelo menos 10 ou 15 anos para frente.

Tens uma banda não tão conhecida chamada Strung Out que cara, eles estão na estrada faz tanto tempo e nunca foram um 'sucesso', mas tem uma legião de fãs tão legal em todo o mundo. Sua música é diferente, nem todas são boas mas tem algumas maravilhosas como em todas bandas. Mas o que é muito legal é que é a mesma formação apesar da morte do baixista no início da banda até hoje nunca foi mudada e é muito legal ver os videos deles gravando e como se dão bem!

Tenho saudades da época em que eu tinha uma banda, tocava o que quer que fosse para ter aquele momento... aquele momento que todo cara que toca sabe! Um momento tão diferente, parece que você está vendo você mesmo de cima... É uma sensação boa demais para se explicar. Só quem conhece a música, toca ela com grandes amigos sabe do que eu estou falando!

Almas frias, almas quentes, desejos entorpecidos pelo tempo, a felicidade de um minuto eterno. Posso dizer que poucas pessoas me conhecem a fundo ou ninguém. Não é algo de que me orgulho, mas devo admitir que sou difícil de se lidar. Muitas vezes me contradigo, mudo de opinião rapidamente, mas mantenho minha personalidade!

Sempre sorrindo, quase sempre tranquilo... Sinto saudades dos meus amigos! Sinto saudade dos velhos tempos em que fazer videos de biologia era de se rolar rindo...

Nostalgia me pegou hoje...

Um saaaaalve, agradeço pelo tempo perdido!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

ente pt.1

Ron era um cara bastante comum no meio da multidão densa que se espalha pelas ruas. O que não era tão comum eram os sentimentos que ele tinha pelos seus amigos e afetos. Ele não só adorava deixar todo mundo feliz como também amava ver todo mundo e tentar ser amigo de todos.

Apesar disso, Ron era muito triste. Sempre rindo e contando histórias engraçadas, se envolvendo com os assuntos do presente enquanto passavam por sua mente histórias um tanto quanto ruins. O problema é que Ron adorava música e a cada melodia acompanhava um banho de nostalgia de seu passado não imaculado.

Ron tinha vários amigos, várias amigas e não pode se negar que tinha tudo o que um adolescente/adulto de 18 anos de classe média/alta tem. Uma bela casa, belos pais, belos irmãos, uma vida muito apaziguada em relação a problemas. Porém, nem tudo na vida são flores.

Apesar de demonstrar felicidade alheia, Ron tinha em sua mente várias inquietações como já dito. Ele vivia com medo de morrer, medo de acidentes, medo de doenças, medo de quase tudo ... Entrava em desespero fácil, não importa se fosse uma dor de garganta ou uma intoxicação. Essas complicações levaram Ron a desenvolver uma certa paranóia em relação a isso, fora o fato de que ele além de muito inseguro era muito manhoso.

Eis que um dia enquanto saía nas férias de sua faculdade com seus amigos ele acabou sentindo-se mal e pediu para seu amigo o levar para casa. Estes, ao invés de obeservarem o desespero de Ron, ficaram fumando um cigarro ao redor do carro enquanto o outro estava perdido em sua mente, pensando no pior e cada vez mais no pior.

Ron tinha uma namorada perfeita, a Michelle. Linda, querida, charmosa, simpática, sempre disposta a ajudá-lo. Pelo menos era isso que ele pensava. Dias passaram e Ron foi percebendo o quanto a solidão o perseguia. Insistindo em ficar em casa e só saindo com os pais Ron viu-se em uma encruzilhada um tanto quanto difícil.

Pois bem, Ron era um daqueles caras bem de boa com sua vida, sem problemas e sempre disposto a ajudar todo mundo. Pena que isso corrompeu a fleuma em sua vida.

Certo dia, após consultar com seu psiquiatra Ron ficou pensando o que deveria fazer para mudar sua vida. Para melhorar sua cabeça seria preciso fazer estragos fora dela e foi o que ele fez. Terminou com a Michelle apesar de não ser o problema. Afastou-se dos seus amigos apesar de não serem o problema. Fechou-se em um mundo que observava seu quarto o dia todo, lendo e escrevendo no breu da solidão.

Ron percebeu, tarde demais, que nada disso era o problema e que nada iria afastar o problema dele. Ele achava que se afastando de tudo e todos o seu problema iria junto com essa pessoas. Mas não foi. E Ron se viu um tanto quanto perdido em sua própria escuridão.

Afinal, qual era o problema de Ron? Digamos que era insegurança em relação a tudo. Sempre foi assim, muito inseguro com suas namoradas, com seus amigos. Sempre precisando de certezas para que sua vida andasse conforme ele queria. A maior inquietação é que esse problema de Ron afetou sua insegurança, trazendo incertezas em sua vida e ensinando ele pouco a pouco a lidar com elas sem ninguém para dar uma certeza para ele.

Ron viu as besteiras que fez durante esse tempo, ainda em tratamento, Ron se vê em um dilema. Para ele, tudo pode se resolver com afeto, a certeza de alguém disposto a ajudá-lo, que possa compartilhar tudo com ele. Mas nem tudo é azul como o céu e a cada dia que passa ele se afunda na sua solidão, enquanto os outros o julgam patético por ser assim.

As manias de Ron sempre são muito estranhas. Tem mania de falar com desconhecidos e falar com eles sobre tudo, escutá-los e fazer de tudo para que confiem nele. Para além de poder ajudar, também poder transformar sua solidão em afeto. Mas Ron, não é um cara fácil de conviver. Ele é muito anormal, digamos. Gosta de telefonar, se aproximar de estranhos cujo nem nome ele não sabe direito.

Isso pode ser assustador para alguns, mas Ron adora conhecer pessoas novas. Antes de dormir sempre pensa em cada pessoa que já conheceu desde que seu problema apareceu, mas Ron não é igual aos demais, ele acredita que em cada coração há uma chance de 'voar'.

Continuo quando Ron aparecer em minha cabeça na madrugada e me der mais histórias para escrever...

um saaaaaaaaalve, agradeço pelo tempo perdido.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

padecer

você levou isto muito longe
agora tem que parar
você levou isto muito longe

outra vez
a mesa virou
e eu estou atrás
apanhando os pedaços da noite

minha face é cicatrizada
às vezes
eu sinto que eu não posso confiar em mim de forma alguma

e toda vez que o céu
(toda vez que o céu)
vem rompendo com o brilho do sol
como espadas colidem
(espadas colidem)
me leva de volta a tempo

eu flutuo para longe
para outro lugar
onde o céu está esperando
do lado de fora

isto é guerra
não dá para agüentar mais (não dá para agüentar mais)
eu estou caindo mais rápido e estou sangrando mais
que eu sangrei antes
certa morte (esta dor causará um propósito)
por outro lado (e se você se sente derrotado)
mas eu o lutarei
e vitória será minha no fim

circunstâncias não significam nada
quando terminar
nós seremos
heróis constantemente
empurrando adiante sem qualquer medo

se eu apagasse a linha entre
nomes esquecidos e recordações
nós nunca mudaríamos

resolução feita em vão
encarar (terminar) o dia
vida é sua para economizar (salve)
ou levar para (leve) fora

emery - under serious attack

bela música com uma bela letra ... por isso a música do mês.
Quarta tem coringão, esquenta coração e dale timão!

um saaaalve, abraços!

sábado, 10 de abril de 2010

tergiversar

Olhar nos olhos dela e poder enxergar um sonho lúcido de esperança espelhado na relação entre aqueles que estão na perdição. Pintar o céu as suas costas de vermelho para saber a direção em que corre a vida. Desilusão que flui como a correnteza de um rio. A beira do precipício olhares iníquos rodeiam aquele que não julga ninguém. Um mártir é o que percebe-se em seu duro e frio olhar.

Exatidão que abriga o belo coração do cavaleiro mais honrado na hora de lutar. Ter desdém pelo seu adversário na guerra é o que o salvará. Das sombras do lugar mais obscuro da mente aparecem suas fraquezas que são expostas só através do olhar de quem o conhece e o ama. Ter um significado e fazer soar um alerta quando seu nome passa pelos ouvidos de quem o escuta.

Um grito de júbilo ecoa entre a multidão. Fazendo todos os olhares serem voltados para o mesmo. Saber o que é a consciência e não ter consciência do que a subconsciência realiza em seus atos. Chorar. Lágrimas dão vida a quem o observa trazendo de volta a consciência e um pedaço de esperença. Mostrar o que é e preservar o ego atrás de tudo.

Não se preocupar com o que vai acontecer. Ter certeza que nada vai cair em seus pés sem humildade. As pessoas julgam quem não conhecem pelos atos alheios criados por esta. O que ninguém consegue encontrar é o coração da mesma para atos tão inusitados que são frenéticos demais para compreensão.

Deixar que te olhem, que te vejam na mais profunda nudez de sua alma. Obtendo como reação o sorriso mais singelo da pessoa que conhece o mais profundo terror das almas perdidas.

Entediado e acomodado. Duas palavras que se encontram. Dia após dia e noite após noite. Mergulhar em sentimentos entorpecidos de dignidade e escolher ser arrastado por quem não o conhece e nunca o conheceu.

Sumir e desaparecer deixando apenas seu nome marcando o tempo. Lembranças boas são levadas embora no absurdo de um erro e só vão voltar após o tempo em que esquecer o ruim será mais inteligente. Através do 'para sempre' existem noites apagadas e trechos não escritos. Supridos de uma ansiedade gritante no escuro da donzela morte.

Trago em mim apenas solidão e neles apenas viver. Ter consciência do que és, é melhor do que ativar o subconsciente e viver sem emoções. Desejar a busca pelo amor e felicade é melhor e menos estranho do que buscar na tristeza um amparo.

Sentir e não ter uma âncora para deixar a postos estes sentimentos é como traçar uma linha torta e dizer que aos seus olhos ela está reta.

Não ter vergonha de onde veio e do que és. Sempre poder contar com seu eu para viver.

Traçar uma linha de dignidade.

Conquistar os anjos e abrir a porta, entrar e sentar, conversar e olhar, poder ver o final. O final que é ser você por você e não ser por mais ninguém. Felicidade e humildade é o que deve sempre saber buscar.

um saaaaaalve, agradeço pelo tempo perdido...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

frenesi

Existiu uma época em que eu julgava muito errado as pessoas que tiravam a própria vida/suicidavam. Claro que não é o melhor jeito de solucionar os problemas além de deixar um rastro de dúvidas sobre essa atitude. Mas hoje, não condeno mais quem já teve essa vontade de largar tudo e achar um conforto na morte.

Ontem, fui julgado por várias pessoas como um cara que se faz de doente, que se faz para chamar atenção, que tem um desdém desnecessário, que é um fresco, vazio ...Bom, cada pessoa sabe o que fala e se acha tudo isso de mim deve ter seus motivos. É óbvio que não é uma situação em que eu iria ali e acabaria com meu sofrimento tirando minha vida, mas é o tipo de situação que me faz pensar quem são as pessoas que estão ao meu redor. Já parou para pensar quem são elas? Se elas te conhecem ao fundo? Se elas querem te conhecer? Se elas desejam te conhecer? Ou se simplesmente você é um braço que elas podem pegar enquanto estão caindo? ...

Falando mais sobre as pessoas que sofrem caladas. Acho que não tem o porque de julgar uma pessoa se ela acha consolo na morte. Já vi uma menina de 12 anos olhando para seu futuro, vendo que seria pressionada pelos pais a ter uma bela profissão como eles, mas ela não queria isso. Não queria nada disso. Queria viver como uma pessoa normal de antigamente vivia, ou seja, vivia o presente. Como assim? Não ficava se pressionando para ser alguém para os outros, mas em buscar sua própria felicidade. Ela se matou no dia em que fez 13 anos e deixou um diário com seus pensamentos para os pais.

É muito triste, muito avassalador ter que enfrentar uma perda desse jeito. Não esperamos, não vemos aquela certa pessoa fazendo 'isso'. Mas é a realidade, tomar vários calmantes e apagar de forma delicada sonhando no sono profundo que quer alcançar. Não condeno mais essas pessoas. Claro que deixam um rastro, feridas abertas nas pessoas que a amavam. Mas foi ela que quis, foi decisão dela, e esse bem, a vida, é a unica coisa que ninguém pode tirar de nós a não ser nós mesmos.

Pois bem, complicado falar disso, cada um tem sua opinião, não apoio o suícidio mas não condeno, ou seja, fico no meio. Mas, como já disse em outro post. A solidão e a tristeza podem ser seus melhores amigos mas também seu piores. Eu gosto de conviver com a tristeza, com a solidão... Aprendi a viver dessa forma, não é fácil e nem gostoso, foi o jeito que eu achei de encarar minha situação. Vendo que ninguém me entendia, busquei refúgio no exílio da minha própria mente e deixo as pessoas me julgarem como quiserem. Por isso não fico martelando, dizendo que não sou o que falam, cada um sabe o que fala e a opinião que tens.

Sou um cara de 19 anos que não tem certeza de nada. Tem uma 'doença' que não é tão complicada aos olhos dos outros (transtorno do pânico), ficou um tempo sem sair de casa e acabou se acostumando. Apesar de sair as vezes, me sinto confortável em não encarar cada pessoa 'amiga' que me julgou sem falar comigo, ou sem me conhecer. É um dos motivos pelo qual perdi a vontade de sair, mas isso não quer dizer que eu não saio. Eu saio quando eu quero, quando sinto vontade e quando eu acho que vou me sentir bem. Pode ser errado ou não me sentir assim, mas é minha vida, minha solidão, quem está pagando cara por isso sou eu.

Eu não julgo as pessoas antes de ser julgado. Antes de ouvir da própria boca das pessoas o que elas falaram de mim. Odeio quem acredita em boatos e não vem tirar satisfações contigo para ver se é ou não verdade aquilo ou isto. Não devemos condenar as pessoas, esperar o pior delas, sejamos mais inocentes, menos iníquos e mais conscientes.

A maioria das pessoas vive em silêncio desespero, apenas esperando alguém para aliviá-las e trata-las com amor e respeito. Eu sou um estranho que quando fala com alguém, nada mais quero do que ajudar, escutar e se for possível, me tornar um belo amigo. Por isso se eu falo com alguém e esse alguém me julga estranho por querer saber de sua vida, aí está o motivo.

Tudo bem, passado isso, gostaria de deixar alguns pensamentos, reflexões... Por que as pessoas que tiram a própria vida tem problemas? Por que elas sofrem caladas? Por que buscam na morte um conforto? Por que fazer isso?

Um colapso e um caos de idéias impertinentes vão aparecer... São paradigmas que temos no casulo da nossa mente. Nunca devemos julgar quem busca salvação aonde não iríamos e sim pensar o motivo disto.

Sei que tudo que fiz não foi 'do bem', e que preciso aprender pela dor, que é tarde para voltar atrás do que já fiz, por isso agora encaro essa página vazia diante de mim e escrevo as coisas que surgem na minha cabeça. Peço perdão para alguém que eu já magoei e peço perdão a todos que tem pena de mim ou raiva por eu ser assim. Nem tudo que eu faço alegrará todo mundo, as vezes é preciso estar errado para aprender. Certo?

um saaaaaalve, abraços... obrigado pelo seu tempo perdido.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

solilóquio

E a cada breve inalada, um novo desespero adentra...Se eu pudesse falar as mentiras ou as verdades em que eu penso de cada pessoa eu provavelmente não consegueria e me perderia no meio disso. Um jogo de palavras que reflete muito mais em nosso incosciente do que no consciente. Uma bela viagem passando pelo coração e chegando a nossa mente, sendo apunhalado como uma faca em minhas costas. Pelas minhas próprias incertezas.

Essa é minha vida, somente minha e de ninguém mais para definir...Definir o que? Me perco em cada linha que escrevo nesse pedaço de papel. Mas cada pessoa com sua mente certa será um lado a menos perdido. Vamos respirar, respirar e respirar. No momento certo, na hora certa e prevendo os finais saberemos aonde iremos.

O cadafalso desejado no passado, enquanto perde-se nas palavras e no sofrimento, é a esperança do amanhã. Nem ansiolíticos, antidepressivos ou betabloqueadores são capazes de administrar uma mente perdida. Mas em algumas palavras, você pode começar tudo de novo.

A cada sopro, a cada manhã, a cada inverno, a cada desejo, a cada esperança... Sempre sentimos algo diferente, um prazer diferente. Será que tu pensas que é por isso que vivemos? Pela simples harmonia entre estas coisas e sentir o inesperado? Acontece que nos perdemos ao decorrer dos anos enquanto caminhamos para o incerto. Se levamos muito a sério isto, a vida, nos perdemos no caminho... Se não a levamos, somos chamados de irresponsáveis...

Afinal, alguém saberia me dizer o verdadeiro propósito de cada vida? Aposto que a cada crepúsculo achamos que sabemos, ou temos um ar de saber, não? Mas passado essa certeza, onde estamos? Começamos ou não? Que dilema mais inexorável que vivemos... E alguns vivem com essa amargura em um exílio. Isso é pior. Você aguentaria?

Dias certos, horas certas... Dias errados, horas erradas... Tudo mal julgado e tudo muito apartado. Diferenças gritantes que sopram ao vento da bela manhã de outono, intitulada como recomeço, será que tudo isso não é um jogo que jogamos?

Perguntas e mais perguntas que bem pensadas não tem respostas, ou se tem, chega-se a mais perguntas... Dilema de um filósofo. Dilema de alguém que pode confiar em si mesmo e analisar o que há por vir. O som das palavras que nos fazem flutuar para lugares diferentes em momentos estranhos atraem olhares de soslaio. Sangrar mais do que jamais sangrou. Vitória ou derrota... Qual dos dois é seu pior inimigo?

Humildade... Apesar de tudo, devemos ter em plena consciência que ser humilde ainda é e sempre vai ser a melhor qualidade de uma pessoa. Podemos mudar e crescer. Errar e perder. E mesmo assim teremos nossa dignidade e talvez um ego não ferido! Mas, quem sou eu para tratar deste assunto?

Palavras e mais palavras, jogadas em um papel, que agora passo a vocês... Entederam algo? Será minha cabeça que anda por mares ainda não muito navegados ou será apenas 'bobagem'? Deixo a seu julgamento... Abalado e amedrontado ainda penso em seguir adiante... e você? O que te passas pela cabeça meu amigo?

Um saaaaaaaalve... abraços