Ron era um cara bastante comum no meio da multidão densa que se espalha pelas ruas. O que não era tão comum eram os sentimentos que ele tinha pelos seus amigos e afetos. Ele não só adorava deixar todo mundo feliz como também amava ver todo mundo e tentar ser amigo de todos.
Apesar disso, Ron era muito triste. Sempre rindo e contando histórias engraçadas, se envolvendo com os assuntos do presente enquanto passavam por sua mente histórias um tanto quanto ruins. O problema é que Ron adorava música e a cada melodia acompanhava um banho de nostalgia de seu passado não imaculado.
Ron tinha vários amigos, várias amigas e não pode se negar que tinha tudo o que um adolescente/adulto de 18 anos de classe média/alta tem. Uma bela casa, belos pais, belos irmãos, uma vida muito apaziguada em relação a problemas. Porém, nem tudo na vida são flores.
Apesar de demonstrar felicidade alheia, Ron tinha em sua mente várias inquietações como já dito. Ele vivia com medo de morrer, medo de acidentes, medo de doenças, medo de quase tudo ... Entrava em desespero fácil, não importa se fosse uma dor de garganta ou uma intoxicação. Essas complicações levaram Ron a desenvolver uma certa paranóia em relação a isso, fora o fato de que ele além de muito inseguro era muito manhoso.
Eis que um dia enquanto saía nas férias de sua faculdade com seus amigos ele acabou sentindo-se mal e pediu para seu amigo o levar para casa. Estes, ao invés de obeservarem o desespero de Ron, ficaram fumando um cigarro ao redor do carro enquanto o outro estava perdido em sua mente, pensando no pior e cada vez mais no pior.
Ron tinha uma namorada perfeita, a Michelle. Linda, querida, charmosa, simpática, sempre disposta a ajudá-lo. Pelo menos era isso que ele pensava. Dias passaram e Ron foi percebendo o quanto a solidão o perseguia. Insistindo em ficar em casa e só saindo com os pais Ron viu-se em uma encruzilhada um tanto quanto difícil.
Pois bem, Ron era um daqueles caras bem de boa com sua vida, sem problemas e sempre disposto a ajudar todo mundo. Pena que isso corrompeu a fleuma em sua vida.
Certo dia, após consultar com seu psiquiatra Ron ficou pensando o que deveria fazer para mudar sua vida. Para melhorar sua cabeça seria preciso fazer estragos fora dela e foi o que ele fez. Terminou com a Michelle apesar de não ser o problema. Afastou-se dos seus amigos apesar de não serem o problema. Fechou-se em um mundo que observava seu quarto o dia todo, lendo e escrevendo no breu da solidão.
Ron percebeu, tarde demais, que nada disso era o problema e que nada iria afastar o problema dele. Ele achava que se afastando de tudo e todos o seu problema iria junto com essa pessoas. Mas não foi. E Ron se viu um tanto quanto perdido em sua própria escuridão.
Afinal, qual era o problema de Ron? Digamos que era insegurança em relação a tudo. Sempre foi assim, muito inseguro com suas namoradas, com seus amigos. Sempre precisando de certezas para que sua vida andasse conforme ele queria. A maior inquietação é que esse problema de Ron afetou sua insegurança, trazendo incertezas em sua vida e ensinando ele pouco a pouco a lidar com elas sem ninguém para dar uma certeza para ele.
Ron viu as besteiras que fez durante esse tempo, ainda em tratamento, Ron se vê em um dilema. Para ele, tudo pode se resolver com afeto, a certeza de alguém disposto a ajudá-lo, que possa compartilhar tudo com ele. Mas nem tudo é azul como o céu e a cada dia que passa ele se afunda na sua solidão, enquanto os outros o julgam patético por ser assim.
As manias de Ron sempre são muito estranhas. Tem mania de falar com desconhecidos e falar com eles sobre tudo, escutá-los e fazer de tudo para que confiem nele. Para além de poder ajudar, também poder transformar sua solidão em afeto. Mas Ron, não é um cara fácil de conviver. Ele é muito anormal, digamos. Gosta de telefonar, se aproximar de estranhos cujo nem nome ele não sabe direito.
Isso pode ser assustador para alguns, mas Ron adora conhecer pessoas novas. Antes de dormir sempre pensa em cada pessoa que já conheceu desde que seu problema apareceu, mas Ron não é igual aos demais, ele acredita que em cada coração há uma chance de 'voar'.
Continuo quando Ron aparecer em minha cabeça na madrugada e me der mais histórias para escrever...
um saaaaaaaaalve, agradeço pelo tempo perdido.
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