sábado, 21 de agosto de 2010

matrimônio

O amor... lança-se sobre as pessoas que, fora da relação sexual, seriam detestáveis, desprezíveis e mesmo repugnantes como amantes. A vontade de perpetuação da espécie e tão mais poderosa que a do indivíduo que faz o apaixonado fechar os olhos para todas as qualidades que lhe são repugnantes, tudo tolera, tudo distorce, e acaba por unir-se para sempre ao objeto de sua paixão.

Ele se mostra, desta forma, completamente enfeitiçado por uma ilusão, que se desfaz tão logo o desejo de perpetuação da espécie seja satisfeito, mas deixa como herança um cônjuge detestável para o resto da vida.

Esta é a única explicação razoável para o fato de encontrarmos com frequência mulheres muito sensatas, e até mesmo eminentes, presas a verdeideros megeros e ficarmos intrigados com as razões de semelhante escolha...

Um homem apaixonado pode chegar a enxergar com clareza e amargura os intoleráveis defeitos de sua noiva, de temperamento e caráter, que lhe acenam com uma vida de agruras e, no entanto, não se assustar a ponto de afastar-se definitivamente...

Porque, em última análise, não está levando em consideração seus interesses e sim os interesses de uma terceira pessoa que ainda não existe, embora ele se deixe envolver pela ilusão de que o que procura é seu próprio interesse.

A capacidade da vontade de favorecer seus próprios objetivos em detrimento da nossa felicidade pode ser percebida com especial clareza na melancolia e lassidão que acometem os casais imediamente após o ato sexual.

Então, um dia, uma mulher com ares de rapaz e um homem com ares de moça irão se aproximar do altar por motivos que que nenhum dos dois, ou qualquer outra pessoa, possa ter imaginado. Apenas mais tarde, quando as necessidades da vontade forem satisfeitas e um garoto robusto estiver brincando com sua bola em um quintal do subúrbio, o ardil será descoberto. O casal se separa ou passará a dividir a mesa do jantar em meio a um silêncio hostil.

Tudo leva a crer que, ao se contrair matrimônio, um dos dois interesses deve ser prejudicado: o interesse pessoal ou o interesse da espécie.

Não obstante, em nós cresce uma ponta de dúvida quanto à superioridade da espécie em garantir seus interesses: A geração futura é providenciada à custa da geração atual.

Enfim, por isso, hoje, vemos jovens, com tal falta de personalidade, que é tamanha, á ponto de batermos a cabeça na porta para descobrir o que aconteceu com a criatura em detalhe. Têm tempos que seria melhor que nada tivesse acontecido, que aquela história não tivesse sido escrita.

Assim teríamos, quem sabe, crianças aproveitando duas personalidades diferentes, ao invés, de nenhuma e crescendo com uma maturidade espontânea, e nada fora do anormal. Que consideramos normal.

Não tenho a minima idéia porque disse isso hoje, acho que me intrigou o fato de divórcios acontecerem em demasia...

um saaaaaaaaalve... abraços

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