quarta-feira, 6 de outubro de 2010

malbaratar

Saber que tudo está caindo entre suas mãos
Nada para poder reverter esse processo
Apenas aceitar a verdade
Conservar a tempestade

Dizer que não é igual
Agir como você é
Diferenciar o que é ser e não ser
Ter ou não ter, dilema da vida

Consertar seus olhos
Iludidos por uma falsa imagem
Que dispersam todos pensamentos criados
Fazendo parecer tolo o que você é

Ter exatidão em seu sorriso
Ser orgulhoso e não soez
Diminuir um grau
Subir uma escada

A troca de todas as estações
Nos trazem uma certa, enarmonia
Produzindo sons em diferentes casas
Não notando qual é essa diferença

Você pode ser o elo fraco
Porém consegue enxergar o que existe
Atravessando fronteiras
Titubear em pular muros

Enfrentar uma parede
Saber que não há nada
Diferenciar paixão e amor
Discutir o que é acelerar e voar

Traduzir fatos do seu cotidiano
Dia-a-dia
Constantemente morrendo
Não nos passa este santelmo

Dizer que jamais conservará aquilo que tem de melhor
Surgindo idéias jamais pensadas
Uma nova identidade surge
Hei de me surpreender com suas maravilhas

Resolveremos todos problemas
No pecado da consciência alheia
Mas trazemos desordem
Tudo o que pisamos acaba em nada

Olhe em volta
Nada existe
Nada foi construído
Nada foi constituído

O que será de você?
Quando tudo em sua vida murchar?
O que restará de você?
Quando tudo em sua vida desmoronar?
O que terá você?
Quando sozinho perceber que irá estar?
O que fazer com você?
Agora que não tem como parar?

Às vezes os sentimentos nos enganam
Nos odiamos por acreditarmos neles
Crucificamos nossos instintos
Pela esperança que surge de dentro

Desistir é uma opção
Levantar é uma opção
Viver é uma opção
Ter é uma opção

Aperte o botão
Descubra o que seria
Se você
Encontrasse
A solidão...

Um comentário:

Isabela Meggiolaro disse...

Muito, muito bom. Me fez refletir o quão triste, e o quanto é necessário a solidão pra construir o que sou hoje. Eu já apertei o botão dela, e não me arrependo do amargo féu que ajudou a encontrar meu eu.