quinta-feira, 17 de março de 2011

âncora

Eu acordei, frio e sozinho a deriva no mar aberto.
Pego por meus arrependimentos, embolado em teias,
Ao invés de seus braços em torno de mim...
E eu sei o caminho das lágrimas, mas essas são uma oferenda a Deus aqui...
Apenas mais água para encher meus pulmões.
Eu ouço alguém gritar "Deus, o que é que nós fizemos!"...

Eu estou me afogando em um oceano...
Estou deslizando abaixo do som.
Aqui minha voz vai em uns e zeros...

Uma canção em algum lugar abaixo,
Começa mortal e lentamente,
Mas parece leve e doce.
Agora está pegando velocidade,
Em torno do fim do mundo,
E o fantasma de Descartes grita novamente na escuridão:
"Como eu poderia ter errado desse jeito!"
Mas por cima desses gritos, as sirenes cantam sua canção...

il y a encore des noisetiers

Um comentário:

Mara Oliveira disse...

Devaneios psicológicos...
Busca-se a "âncora", a "segurança", no outro sem saber que somos nós mesmos que a construímos.

Cara, vc tá mandando bem na guitarra!rs Parabéns!

http://temposurreal.blogspot.com/